O dilema da esquerda brasileira - o que fazer?

Um texto publicado nas redes sociais pelo pesquisador, médico, historiador e escritor Luís Mir, abalou a esquerda, notadamente a ala “esquerdopata”, aquela que não consegue enxergar a realidade a um palmo e que é movida pelo ódio e pela fissura pelo poder.

Eis o dilema:

Com a reeleição assegurada do atual Presidente da República em 2022 - vai ser candidatura única - temos que nos preparar. Para mais uma derrota - merecida - e fazermos a autocrítica: o que fazer?
Candidatura única? Sim. Os concorrentes do atual ocupante foram estraçalhados com crueldade digna da Inquisição. E repito, não servem, diante dos desafios que temos atualmente como sociedade e civilização, para síndicos de prédio.
Sérgio Moro foi asfixiado politicamente no cargo e na vaidade. Virou uma viúva de luxo, mas uma viúva.
Luiz Henrique Mandetta uma viúva desesperada. É o rei das lamentações da República. Mas acima de tudo um covarde.
Não reconhece que vergou a coluna o necessário para participar desde o início dessa hediondez que hoje critica, banhado em "falsa santidade", como apóstolo da saúde pública. Tentou, desde que sentou na cadeira ministerial, privatizar, em marcha batida, o SUS.
Ciro Gomes tem um pedra intransponível em seu caminho. Só ele, e mais ninguém, acredita que esteja preparado ou se tenha preparado para exercer a Presidência.
É um autoritário que pode adotar atitudes tresloucadas, inconsequentes, irracionais, diante de adversários ou dificuldades que ameacem seu poder.
Sobre Luciano Huck: é o mais inviável de todos. Para ele, sua candidatura presidencial é um novo quadro do seu programa de auditório. E a Presidência o maior prêmio que seu programa ofereceu enquanto durou.
Auditório não é eleitorado. Os profissionais vão ensinar-lhe isso a ferro e fogo.
Sobre João Dória: não conseguiu reverter a sina de São Paulo: é o estado brasileiro mais inepto e incapaz para produzir e alavancar candidaturas presidenciais. Há décadas.
Não tem partido nacional, com vocação majoritária, atualmente em frangalhos. E não tem "cara de Brasil", isso me foi dito por um dos políticos mais importantes da história republicana brasileira, o Presidente Tancredo Neves.
Segundo ele, Minas Gerais tinha essa qualidade, Seus políticos tinham a "cara de Brasil". Como reconhecia que também aconteciam acidentes de percurso. Mas ninguém duvidava, disse ele sorrindo, que quando o país necessitava de rumo, todos os olhares se dirigiam para Minas.
Sobre o PT: vai cumprir sua missão com zelo, devoção, convicção. Ser novamente a correia de transmissão da extrema direita. Qualquer candidato que seja, não será candidato. Será um preposto do Guia Genial do Povo Brasileiro.
O que fazer? Recomeçar do zero a refundação da centro-esquerda brasileira. Que foi atropelada, prostituída, corrompida, estraçalhada, pelo Duo do Mal, vulgos PT e PSDB.
E com a candidatura única da extrema direita em 2022, teremos, ou melhor, teremos que ter, generosidade, humildade, visão estratégica, para retomar a marcha democrática do país, confiando-a a essa massa ignara, pobre, segregada, que é a maioria do povo brasileiro. Seus verdadeiros protagonistas.
Uma última observação: quem é o atual gênio político brasileiro brasileiro? Jair Bolsonaro. De uma posição residual na relação de forças, anteviu a transformação histórica ansiada pelas massas, moldou o discurso e se lançou a disputa solitariamente como um gladiador marcado para morrer nos dez primeiros minutos da luta.
E derrotou todos os herói do Coliseu, para delírio das massas. Mas as massas vão querer mais. Ele tem ainda forças para uma última luta em 2022. Mas com certeza será a última. E para seu clã familiar, que será escorraçado junto com ele.

Luís Mir

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