No Estado do Maranhão habitam entre 15 e 20 mil indígenas pertencentes a sete grupos étnicos diferentes.
Um estudo técnico-científico da ONG Instituto Cidadania Ativa, intitulado de "DONOS DESTA TERRA", identificou a situação indígena no Estado do MA. O documento de 97 páginas mostra a realidade em que vive o povo indígena do Maranhão e detalha a situação dessa gente nos municípios Barra do Corda e Fernando Falcão.
O Estudo da ONG Cidadania Ativa identifica e destaca os sete grupos étnicos indígenas diferentes que habitam no Maranhão, como os Guajajara, Awá-Guajá, Urubu-Kaápor, que são povos de língua Tupi, enquanto que os Canela Apaniekrá e Ramkokamekrá, Pukobyê (gavião), Krikati e Timbira Krepu’Kateyé são falantes da língua Jê. Destes, somente os Awá-Guajá não possuem atividades escolares em seus territórios, fato que ocorre devido ao pouco tempo de contato que este grupo mantém com a sociedade não indígena.
Os grupos indígenas existentes no Estado são os pertencentes ao tronco linguístico Macro-Jê/ Família Timbira, que estão classificados na grande família linguística Timbira. Como a língua é o conjunto de códigos mais significativos e expressivo de uma cultura, a semelhança entre línguas de vários povos é um indicio da proximidade de outros elementos culturais, todos esses povos apresentavam como características comuns à língua, o corte, o cabelo, a morfologia da aldeia e a corrida de toras.
Maurício Miguel é ativista social |
Segundo o presidente da ONG Instituto de Cidadania Ativa, Maurício Miguel, a iniciativa do Estudo partiu da necessidade de intervenção consciente de pessoas, órgãos e instituições que respeitem as diferenças e que tenham a consciência de que para ajudar as pessoas das comunidades indígenas é necessário antes preservar tão rica cultura. "Fizemos alguns passeios a pé e de carro pela cidade, realizamos visitas e entrevistas a várias entidades, instituições, pontos turísticos, bairros, povoados e residencias, além das pesquisas para enriquecer as nossas fontes de informação, recorremos a documentos, revistas, jornais e sites acerca da situação geral e indígena no Estado e nessas cidades", explica Maurício Miguel.
Mauricio Miguel diz que os municípios Barra do Corda e Fernando Falcão foram escolhidos para amostragem do Estudo, e que os resultados do Estudo desenvolvido pela ONG está catalogado na forma de dados, informações, imagens e depoimentos. "Apesar de termos nos deparado com diversas maravilhas naturais, não pudemos deixar de perceber e documentar o descaso e desrespeito para com os povos indígenas ali presentes, além das características culturais, econômicas e de atraso ali. Pensamos que este trabalho pode ser um passo para a resolução dos problemas e enfrentamento da situação precária que encontramos ali", finaliza o presidente da ONG Instituto Cidadania Ativa.
Outras postagens serão produzidas a partir desse trabalho da ONG.