Por Felipe Demartini em www.msn.com/pt-br
O Facebook anunciou que seu sistema de checagem de notícias e indicação de fake news chega na próxima semana ao Brasil. Já em operação nos Estados Unidos e diversos países da Europa, o recurso faz com que informações falsas tenham seu alcance orgânico reduzido de forma significativa, de forma a reduzir sua disseminação. O mesmo vale para as páginas que forem acusadas de compartilharem tais links repetidamente.
Por aqui, duas instituições serão responsáveis pela verificação das notícias: a Agência Lupa e a Aos Fatos. Ambas já trabalham há algum tempo no ramo da checagem de informações e, na parceria com o Facebook, lidarão principalmente com as denúncias feitas pelos usuários e indicarão links relacionados que trarão mais contexto ou contestarão as publicações originais. Ao tentar compartilhar uma nota comprovadamente falsa, os utilizadores ainda verão notificações sobre a falta de confiabilidade daquele conteúdo.
A ideia é repetir, por aqui, o sucesso da empreitada nos Estados Unidos, onde o Facebook alega que as fake news tiveram uma redução de cerca de 80% no alcance orgânico. O momento é crucial, na aproximação das eleições presidenciais, que acontecem em outubro, e faz parte das iniciativa da rede social para garantir que a manipulação ocorrida durante o pleito americano de 2016 não aconteça de novo em casa e também outros países.
Esse caráter foi enaltecido por Tai Nalon, diretora da Aos Fatos, afirmando que a parceria é crucial para garantir o acesso à informação verificada em um “momento crítico da história brasileira”. Já Cristina Tardáguila, da Agência Lupa, se disse feliz de embarcar na empreitada junto com o Facebook, acreditando na melhora do debate público e em seu impacto junto à sociedade.
O lançamento internacional da ferramenta de checagem chega após grandes turbulências. Ao ser lançada como um método de demonstrar aos usuários que links compartilhados poderiam ser mentirosos, o Facebook percebeu que tal indicação não apenas não resolveu o problema como o amplificou, motivando usuários, movidos por posicionamentos políticos, a compartilharem os links falsos ainda mais. Daí veio a mudança, reduzindo a agressividade das notificações em prol de links relacionados verificados ou dados que tragam contexto e informação verídica.
Fora o feedback da comunidade, o Facebook também terá algoritmos que ajudarão a indicar possíveis fake news. Todas serão remetidas aos verificadores de fatos que, caso comprovem se tratar de informações falsas, reportarão de volta à rede social. Aí, então, acontece a inclusão de matérias relacionadas e a redução de alcance orgânico, ou, então, a indicação de que aquele conteúdo foi verificado pelas agências credenciadas.
Além disso, como forma de minar ainda mais a disseminação de fake news, conteúdos comprovadamente falsos, de acordo com a visão dos checadores, não poderão ter seu alcance impulsionado por meio de campanhas pagas. Administradores de páginas que compartilharem fake news também serão notificados sobre isso para que possam tomar providências, podendo, também, perder completamente a possibilidade de adquirir anúncios na plataforma.
Fonte: Facebook