Em carta assinada, o dono do Grupo JBS Joesley Batista, admite que a empresa fez 'pagamentos indevidos a agentes públicos' e disse que no exterior a companhia cresceu 'sem transgredir valores éticos'.
Veja a íntegra da nota enviada pela JBS:
"Erramos e pedimos desculpas.
Não honramos nossos valores quando tivemos que interagir, em diversos momentos, com o Poder Público brasileiro. E não nos orgulhamos disso.
Nosso espírito empreendedor e a imensa vontade de realizar, quando deparados com um sistema brasileiro que muitas vezes cria dificuldades para vender facilidades, nos levaram a optar por pagamentos indevidos a agentes públicos.
Ainda que nós possamos ter explicações para o que fizemos, não temos justificativas.
Em outros países fora do Brasil, fomos capazes de expandir nossos negócios sem transgredir valores éticos.
Assim construímos um grupo empresarial gerador de mais de 270 mil empregos diretos, com times extraordinários e competentes, que operam 300 fábricas em cinco continentes e oferecem mundialmente produtos de qualidade.
O Brasil mudou, e nós mudamos com ele. Por isso estamos indo além do pedido de desculpas. Assumimos aqui um Compromisso Público de sermos intolerantes e intransigentes com a corrupção.
Assinamos acordos com o Ministério Público. Concordamos em participar de alguns dos mais incisivos mecanismos de investigação existentes e nos colocamos à disposição da Justiça para expor, com clareza, a corrupção das estruturas do Estado brasileiro.
Pedimos desculpas a todos os brasileiros e a todos que decepcionamos, que acreditam e torcem por nós.
Enfrentaremos esse difícil momento com humildade e o superaremos acordando cedo e trabalhando muito.
Joesley Batista"
Joesley Mendonça Batista, presidente da J&F;, grupo que controla o frigorífico JBS (Foto: Jonne Roriz/Estadão Conteúdo)