O Maranhão, finalmente, passa a viver a aventura da decência e da honestidade nos negócios públicos. Os corruptos tremem, hesitam ou se despedem diante de um governo que assume para si a tarefa de enfrentar o patrimonialismo criminoso e, com essa atitude, embasa uma nova consciência política que reúne transparência e justiça social.
Além de punir a corrupção havida até agora, o governador Flávio Dino não faz segredos de que seu governo não terá qualquer tipo de complacência com quem ousar “meter a mão no jarro”, para usar uma expressão codificada pelo senador Epitácio Cafeteira.
Havia no Maranhão uma verdadeira rede de corrupção armada para atuar nas secretarias, nas estatais, nas prefeituras, na extensão quase total de todos os órgãos públicos. Terceirizações direcionadas, festival de diárias, bonificações ilegais, contratos fraudulentos, filtragens indecentes, licitações dirigidas, superfaturamento, propinas, comissões, agiotagem e a indulgência oficial e institucional com os crimes cometidos contra o patrimônio público, erguendo uma barreira intransponível entre a administração pública e o bem estar da população.
O governo se arma de todos os meios jurídicos e administrativos, se organiza para combater e evitar a corrupção endêmica que no Maranhão foi responsável por um nível de pobreza e miséria que bateu todos os recordes do país. Criou, primeiro, a Secretaria de Transparência e Controle, cuja missão primordial é defender dos ratos emplumados o patrimônio do povo. E anuncia, agora, no âmbito da Secretaria de Segurança Pública, a criação da Superintendência de Combate à Corrupção.
Os ratos emplumados estrebucham, berram, dão pinotes, falam mal do governo porque sentem falta do “queijo” e alguém consertou as ratoeiras danificadas para que agissem sem qualquer temor de punição. O Maranhão passa a viver sob o império da lei; os imperadores sustentados na miséria alheia terão que prestar contas com a polícia e com a Justiça. Há uma multidão contada em milhões lá fora gritando por socorro. É gente sem escola, sem saúde, sem segurança e até sem comida. E o que os ratos emplumados fizeram com essa gente é de doer na alma.
Os atos do governo estão tornando lícito o ato de governar e começam a fazer fluir na população um processo de desalienação da consciência política, para usar uma expressão do professor doutor Olavo Câmara. Os segmentos que veem na política apenas um espaço de poder e construção de fortunas, vão ter que se afastar.
A filosofia política que vingou no Maranhão até o ano passado transformou a corrupção em banalidade essencial para a manutenção do poder. E a consequência disso, todos sabem: opressão, miséria, analfabetismo e alienação. (Editorial do JP)