É MUITA SUJEIRA!
Suspeito
de chefiar máfia dos combustíveis foi recebido por senador e filho de ministro.
Lobão Filho contestou na justiça, mas perdeu - Confira o processo Aqui! |
Gravações
da Polícia Civil do Rio revelam que o empresário Ricardo Magro, suspeito de
chefiar uma quadrilha de sonegadores de tributos na área de combustíveis, foi
recebido, no ano passado, pelo então senador Edison Lobão Filho (PMDB-MA), em
Brasília.
Depois dessa reunião, decisões tomadas por dirigentes da ANP, indicados
pelo então ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, pai do senador conhecido
como Lobinho, favoreceram as empresas do grupo Magro, todas envolvidas em sonegação.
As
gravações foram produzidas pela Operação Alquila, investigação iniciada no ano
passado pela Delegacia de Polícia Fazendária do Rio sobre fraudes para burlar o
recolhimento do ICMS praticadas por distribuidoras que gravitam em torno da
Refinaria de Manguinhos. Fiscais da Secretaria Estadual de Fazenda estimam um
prejuízo anual de R$162 milhões com as fraudes.
Como
a polícia constatou o envolvimento de um “deputado federal ou senador da
República”, de um “ministro de Estado e de seu filho”, além de funcionários da
ANP no esquema (os nomes não foram identificados), a juíza Maria Elisa Lubanco,
da 20ª Vara Criminal, decidiu remeter o inquérito para o Supremo Tribunal
Federal (STF).
Magro,
indicam as gravações, esteve com Lobão Filho em torno das 15h do dia 15 de
setembro do ano passado. Uma das conversas mostra que a reunião fora agendada
por Cesar Ramos Filho, ex-superintendente de Abastecimento e atual assessor da
ANP, já investigado pela Polícia Federal por envolvimento com a máfia de
sonegadores.
ANP
aprovou cota extra para refinaria Sob
influência do PMDB, a ANP tomou decisões que beneficiaram o grupo Andrade
Magro. Em uma delas, em fevereiro deste ano, Dirceu Amorelli, superintendente
de Abastecimento da ANP, aprovou, contrariando normas internas, cota extra de
2,7 mil metros cúbicos de gasolina A, adquirida pela Distribuidora Manguinhos
(do mesmo grupo) na Petrobras, “à semelhança das que lhe foram homologadas pela
agência em dezembro de 2009″. Além de Amorelli, Allan Kardec, diretor da ANP,
assina a aprovação.
Em tese, as
distribuidoras deveriam pagar o imposto no destino (varejo), mas o Grupo Magro
consegue burlar o fisco estadual ao simular operações interestaduais de venda
de combustível, nas quais só quem “viaja” é a nota fiscal.
Em
março deste ano, como O GLOBO noticiou, a diretoria da ANP cancelou quatro
autos de infração, que variavam ente R$40 mil e R$50 mil, contra a Refinaria de
Manguinhos. Os recursos da empresa haviam sido rejeitados pelo Setor de
Análises Técnicas da Fiscalização. As multas foram aplicadas em 2008. A atual
direção de Manguinhos sustenta que, na época, não estava à frente da refinaria.
As
gravações da polícia revelam ainda que Kardec era aguardado por Ricardo Magro e
Cesar Ramos Filho (assessor da ANP) para um fim de semana em Angra.
Fonte:
O Globo de 04/12/2010