PONTO PRA ELE: Flávio Dino não aceita que a fé seja transformada em pauta política.



Flávio Dino relembra sua época de estudante. Das suas lutas, e de como sua geração foi influenciada positivamente pela igreja. Relata que respeita todas as religiões, reconhecendo as particularidades de cada uma. Confidenciou que sente-se totalmente agredido quando seus adversários políticos tentam invadir sua intimidade para denegrir sua imagem como cidadão de bem. Para Flávio, discussões relevantes na política, são sobre: ideias, problemas e soluções.

Palavras de Flávio Dino:



Eu sempre tive uma formação cristã, católica. 
E com esse tempero, do cristianismo da teologia da libertação. E foi esse caminho que acabou me conduzindo aos partidos de esquerda, luta social, movimento estudantil. Isso acabou ficando muito vinculado ali.  


Eu estudava em uma escola católica, a escola Marista, e num período bastante bom, de muita força, muita energia criadora da igreja, porque sucedeu o conselho do Vaticano Segundo. Havia ocorrido a conferência de Medellín, na Colômbia, e depois a Conferência de Puebla, que haviam afirmado muito fortemente a corrente social da Igreja, a chamada opção preferencial para os pobres. 



Isso entrou com muita força na escola, isso foi decisivo não só pra mim, foi decisivo para nossa geração inteira. E isso foi muito forte, essa mensagem baseada nesse cristianismo que se atualizava, que compreendia os problemas sociais e que procurava apresentar a utopia do Reino de Deus com uma força, uma energia transformadora – amanhã, claro, em outra dimensão da vida – mas também hoje.


Então, eu acredito no que eu não vejo. E essa crença no transcendente, essa crença naquilo que não se vê, é a fé. E além da fé, eu estudei bastante, li bastante a Bíblia, várias vezes... e além dessa crença, que é essencial para você enfrentar dificuldades da vida, eu tenho também o conhecimento da história da minha Igreja, da Igreja Católica, da história do Cristianismo.





Acho que todas as igrejas dão sua contribuição para a ideia da ética, da moral, da partilha, da justiça, da esperança em algo mais, pauta de valores. Então, eu sou um militante praticante da minha fé. Agora, faço questão de frisar que eu respeito muito a fé alheia.





Por isso, eu me sinto muito agredido quando pretendem transformar em pauta política aquilo que é da minha intimidade, da minha privacidade. No plano da política, eu discuto idéias, discuto problemas, soluções.





Por que eu acredito que nós temos a nossa cidade, o nosso estado, nosso país, nós temos nosso planeta e nós temos aquilo que a gente não vê. Tem que mirar sempre os objetivos mais ousados. É claro que eu sei que eu sozinho não vou fazer o mundo melhor. Mas eu vou dar minha contribuição para que o mundo seja melhor.


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