Li
o artigo de Arnaldo Jabor, sob o título ‘O Brasil está com ódio de si mesmo’ . Dele
fizemos algumas inferências (deduções).
O PT ao chegar ao poder cometeu o maior erro da
história. Uniu-se com a velha ‘direita’ oligarca fazendo o loteamento do Estado
Brasileiro.
E por que fez isto?
No
poder, o PT se lambuzou com os recursos públicos numa fome insaciável (lembram
do mensalão e outros escândalos?).
As
velhas oligarquias vendo isto disseram: olha, ele é um dos nossos!! E abraçaram
o PT como novos companheiros das políticas sujas e dos crimes lesa-pátria. Quem
não viu estas cenas:
Tudo
acertado, o PT passa a seguir não aquilo que alardeou aos quatro cantos, mas o
conjunto de ideias dos velhos safados que tanto o PT acusou de ser o mal do
país.
As
oligarquias interferiram naquilo que o PT chamava de ‘premissas ideológicas’. Com elas o Lula nos convenceu a votar
nele. Todavia, aliado com as oligarquias, Lula transformou essas tais ‘premissas ideológicas’ num samba do
crioulo doído. Ai, o PT perdeu a identidade e se tornou mais um nas garras do
PMDB dos Sarney, dos Renan Calheiros, dos corruptos que criaram raiz neste
país.
Sem referência e tendo o
sonho interrompido, o povo brasileiro ficou sem rumo. Como resultado,
contemplamos o que cita Arnaldo Jabor
como:
“O caos
administrativo com a infraestrutura morta como também está provocando uma
mutação na psicologia e no comportamento das pessoas. O Brasil está sendo
desfigurado dentro de nossas cabeças, o imaginário nacional está se deformando.
Há uma grande neurose no ar. E isso nos alarma como a profecia de
Lévi-Strauss de “que chegaríamos à barbárie sem conhecer a civilização.” Cenas
como os 30 cadáveres ao sol no pátio do necrotério de Natal, onde os corpos são
cortados com peixeiras, fazem nossa pele mais dura e o coração mais frio.
Defeitos e doçuras do povo, que eram nossa marca, estão dando lugar a
sentimentos inesperados, dores nunca antes sentidas. Quais são os sintomas mais
visíveis desse trauma histórico?
Por exemplo, o conceito de solidariedade natural, quase “instintiva”,
está acabando. Já há uma grande violência do povo contra si mesmo.
Garotos decapitam outros numa prisão, ônibus são queimados por nada, com
os passageiros dentro, meninas em fogo, presos massacrados, crianças
assassinadas por pais e mães, uma revolta sem rumo, um rancor geral contra
tudo. O Brasil está com ódio de si mesmo. Cria-se um desespero de
autodestruição, e o país começa a se atacar.
Outro nítido efeito na cabeça das pessoas é o fatalismo: “É assim mesmo,
não tem jeito, não.” O fatalismo é a aceitação da desgraça. E vêm a
desesperança e a tristeza. O Brasil está triste e envergonhado.
Outro sintoma claro é que as instituições democráticas estão sem força,
desmoralizando-se, já que o próprio governo as desrespeita. Essa fragilização
da democracia traz de volta um desejo de autoritarismo na base do “tem de botar
para quebrar!”. Já vi muito chofer de táxi com saudades da ditadura.
A influência do petismo também recriou a cultura do maniqueísmo: o mal
está sempre no outro. Alguém é culpado disso tudo, ou seja, a “média
conservadora” e a oposição.
A ausência de uma política contra a violência e a ligação de muitos
políticos com o tráfico estimula a organização do crime, que comanda as cadeias
e já demonstra uma busca explícita do horror. A crueldade é uma nova arte
incorporada em nossas cabeças, por tudo o que vemos no dia a dia dos jornais e
TV. Ninguém mata mais sem tortura. O horror está ficando aceitável, potável.
O desgoverno, os crimes sem solução, a corrupção escancarada deixam de
ser desvios da norma e vão criando uma nova cultura: a cultura da
marginalidade, a “normalização” do crime.
Uma grande surpresa foi a condenação da Copa. Logo por nós, brasileiros
boleiros. Recusaram o “pão e circo” que Dilma/Lula bolaram, gastando mais de R$
30 bilhões em estádios para “impressionar os imperialistas” e bajular as
massas. Pelo menos isso foi um aumento da consciência política.
Artistas e intelectuais não sabem o que pensar — como refletir sem uma
ponta de esperança? Temos aí a “contemporaneidade” pessimista.
Cria-se uma indiferença progressiva e vontade de fuga. Nunca vi tanta
gente falando em deixar o país e ir morar fora. As mutações mentais são
visíveis: nos rostos tristes nos ônibus abarrotados, na rápida cachaça às 6h da
manhã dos operários antes de enfrentar mais um dia de inferno, nos feios, nos
obesos, no desânimo das pessoas nas ruas, no pessimismo como único assunto em
mesas de bar.
Vimos em junho passado manifestações bacanas, mas sem rumo; contra o quê?
Um mal-estar generalizado e sem clareza, logo escrachado pelos black blocs, a
prova estúpida de nosso infantilismo político.
É difícil botar a pasta de dente para dentro do tubo. Há uma
retroalimentação da esculhambação generalizada que vai destruindo as formas de
combatê-la. Tecnicamente não estamos equipados para resolver as deformações que
se acumulam como enchentes, como um rio sem foz.
E o pior é que, por trás da cultura do crime e da corrupção,
consolida-se a cultura da mentira, do bolivarianismo, da preguiça incompetente
e da irresponsabilidade pública.
O Brasil está sofrendo uma mutação gravíssima, e nossas cabeças também.
É preciso tirar do poder esses caras que se julgam os “sujeitos da história”.
Até que são mesmo, só que de uma história suja e calamitosa”, concluiu Arnaldo Jabor.