do iG
Fraude permitiu que grupo obter US$ 1,2 bilhão de investidores; site da empresa saiu do ar
A Telexfree é uma pirâmide financeira que arrecadou US$ 1,2 bilhão em todo o mundo, concluiu uma investigação realizada por um órgão do governo de Massachusetts, onde fica a sede da empresa. Horas após o anúncio, o site da empresa saiu do ar.
A investigação pede o fim das atividades do negócio no Estado, a devolução dos lucros obtidos e o ressarcimento das perdas causadas aos investidores, chamados de divulgadores.
A Telexfree americana, como ficou conhecida entre os associados, havia emergido como alternativa depois que o negócio foi bloqueado no Brasil também sob a acusação de ser uma pirâmide.
"Apresentada como uma mudança de paradigma nas telecomunicações e em anúncios, a Telexfree é meramente uma pirâmide e um esquema Ponzi [um tipo de pirâmide financeira] que tem como alvo a trabalhadora comunidade brasileiro-americana", informa a reclamação administrativa divulgada nesta terça-feira (15) pela Comissão de Valores Mobiliários da comunidade de Massachusetts, um órgão do governo local.
O esquema permitiu que o grupo, criado pelo brasileiro Carlos Wanzeler e pelo americano James Matthew Merrill, arrecadasse mais de US$ 1,2 bilhão em todo o mundo "muitas vezes ganhos e economias honestas de brasileiro-americanos e outros grupos minoritários."
Do US$ 1,2 bilhão que o grupo faturou de janeiro de 2012 a fevereiro de 2013, apenas US$ 238 milhões — ou cerca de 20% – vieram da venda de pacotes VoIP. Segundo a investigação, o financiamento do esquema Telexfree vem do recrutamento de mais gente para a rede – como num clássico sistema de pirâmide financeira – e não da venda de pacotes de telefonia VoIP, como sempre defenderam seus representantes.
Ao testemunhar à CVM de Massachusetts, Merrill, presidente da empresa, admitiu ter pouco conhecimento sobre o sistema VoIP e nunca ter atuado no ramo das telecomunicações.
Além da fachada do VoIP, a Telexfree buscou captar recursos por meio de um projeto de construção de um Hotel na Barra da Tijuca, no Rio.
A conclusão da reclamação administrativa é que o grupo montou um esquema ilegal de investimento, com venda irregular de ativos, sob a fachada de marketing multinível – um modelo de varejo legal onde comerciantes autônomos são remunerados por trazerem outros comerciantes para a rede.
Por isso, o documento solicita que as empresas Telexfree, INC. – sede do negócio – e Telexfree, LLC – criada em 2012 – deixem de atuar em Massachusetts, prestem contas de tudo o que receberam com o esquema fraudulento, devolvam os recursos obtidos irregularmente e ressarça os investidores, e esja multada.
As solicitações serão submetidas ao Escritório de Audiências da CVM de Massachusetts, que normalmente aceita os pedidos feitos às reclamações. A análise, entretanto, não tem data para ocorrer. Os documentos também podem subsidiar investigações federais administrativas e judiciais criminais.
Além de Merril e Costa, foram apontados como pessoas relacionadas ao esquema o americano Steve Labriola e os brasileiros Carlos Roberto Costa (sócio da Telexfree, LLC. e do braço brasileiro do negócio), Fabio Wanzeler, Lyvia Wanzeler, Sanderley Rodrigues de Vasconcelos – que foi acusado em 2006 por operar uma outra pirâmide financeira – e as empresas Ympactus Comercial (o braço brasileiro da Telexfree), Disk à Vontade e Brazilian Help, todas criadas por Wanzeler.
O anúncio foi feito apenas dois dias depois de três empresas do grupo Telexfree apresentarem pedidos de recuperação à Justiça americana. As solicitações ainda não foram apreciadas.
Após a divulgação do resultado das investigações, o site da empresa – pelo qual os divulgadores acessam suas contas – saiu do ar. Segundo um comunicado, a página voltaria estar disponível em 2 horas.
Ao iG, Sanderley Rodrigues de Vasconcelos afirmou desconhecer a razão pela qual seu nome consta da investigação.
"Eu sou um divulgador, não tenho parrticipação acionária nem exerço nenhum tipo de função", afirmou. "Tive uma má experiênica em 2006 e aprendi bastante. Mas, graças a Deus tudo foi resolvido. As pessoas receberam [o que haviam investido]."
Os responsáveis pela Telexfree ainda não responderam ao pedido de comentário feito pela reportagem. Eles sempre negaram irregularidades. A reportagem não conseguiu contatar Fabio e Lyvia. Dois advogados da Ympactus não quiseram comentar as informações.
Investigação confirma que cadastros a partir do Brasil continuaram
Merrill e Wanzeler criaram a Telexfree nos EUA em 2002, mas o negócio só ganhou corpo após os empresários o trazerem para o Brasil. Aqui, os dois fundaram, em 2010, a Ympactus Comercial, em conjunto com o capixaba Carlos Roberto Costa.
As atividades começaram no início de 2012 e, cerca de um ano depois, cerca de 1 milhão de pessoas já haviam investido da empresa com a promessa de lucrar na revenda de VoIP e na colocação de anúncios na internet.
Em junho de 2013, o negócio foi acusado pelo Ministério Público do Acre (MP-AC) de ser, possivelmente, a maior pirâmide financeira da História do País, e deu início a uma série de investigações contra empresas de marketing multinível com atuação semelhante. As contas da Ympactus e de seus sócios foram congeladas, e a empresa foi proibida de atrair novos investidores.
Mesmo após esse bloqueio, quem mora no Brasil pôde continuar a entrar para o esquema,como o iG revelou, por meio do que ficou conhecido como "Telexfree americana". A possibilidade foi confirmada pela investigação da CVM americana divulgada nesta terça-feira (15).
"De acordo com as informações e com o que acreditamos, a Telexfree permite a participantes no Brazil a continuar a investir dinheiro e sacar dinheiro de suas contas na Telexfree fazendo registro como participantes dos Estados Unidos", escreveram os investigadores.
Carlos Costa, diretor da Ympactus, chegou a propor à Justiça que os divulgadores do País pudessem ser transferidos para a Telexfree americana, o que não foi aceito.
Sócios pagaram até restaurante com dinheiro dos investidores
Segundo a investigação, os responsáveis pelo negócio têm usado o dinheiro dos investidores para pagar despesas pessoais, inclusive contas de restaurantes.
Dados bancários apontam que em dezembro de 2013, Carlos Wanzeler recebeu US$ 7 milhões da Telexfree, e transferiu US$ 3 milhões para Carlos Costa. Na mesma época, outros US$ 12 milhões foram transferidos para diversas agências de investimento e US$ 1,7 milhão, para o clube carioca Botafogo, que passou a ser patrocinado pela Telexfree.
Este blog fez várias denúncias:
telexfree para otário e inglês ver. - Edgar Ribeiro - Blogger
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27/01/2014 - Após a TelexFree se ver forçada a trocar sua logomarca (que tratava-se de um plágio descarado da BWF World Championships), ela ...
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EDGAR RIBEIRO: TELEXFREE PRATICA PIRÂMIDE ...
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28/06/2013 - Segundo ele, a Telexfree vende pacotes de telefonia VoIP, que conta com a indicação de consumidores que são remunerados à exata medida ...
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EDGAR RIBEIRO: MAIS UM ESQUEMA CHAMADO ...
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11/03/2013 - MAIS UM ESQUEMA CHAMADO TELEXFREE: Policial militar de São Paulo perde R$ 32 mil que investiu para ser divulgador da Telexfree.
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EDGAR RIBEIRO: TELEXFREE é um esquema de pirâmide ...
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14/03/2013 - O Ministério da Fazenda informa que O negócio Telexfree, de venda de pacotes de telefonia pela internet (VoIP, na sigla em inglês), não é ...
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EDGAR RIBEIRO: DIVULGADORES DA TELEXFREE ...
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25/07/2013 - A Telexfree foi condenada em 1ª instância a pagar R$ 101.574 investidos pelo divulgador Samir Badra Dib, de Rondonópolis (MT). O dinheiro ...EDGAR RIBEIRO: A SEITA UNIVERSAL REAGE À ...
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28/08/2013 - Telexfree, assim como a Amway – que fez muito sucesso no Brasil e foi acusada também de promover “lavagem cerebral” -, entre outras ...
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