O DITADOR DO MARANHÃO COM OS GENERAIS DA CRUELDADE.

regimemilitar
Com as fotos de Figueiredo e Geisel, dois generais que governaram o país na ditadura militar, Sarney esbanja entusiasmo ao lado de outros políticos aliados da ditadura
Matérias publicadas no site Maranhão da Gente 
De  Castelo  Branco a Figueiredo, todos os generais que governaram o Brasil durante o regime militar contaram sempre com um aliado de todas as horas no Maranhão, o senador José Sarney.
No início da década de 1980, quando a ditadura militar enfrentava críticas severas, mesmo após a abertura “lenta e gradual” promovida por Geisel, o último dos generais a comandar o pais, João Batista Figueiredo contava com José Sarney, presidente nacional do PDS, partido de sustentação ao regime militar como um aliado importante dentro do Congresso Nacional
Somente quando o regime militar agonizava após a Campanha das “Diretas Já”, Sarney decidiu rever suas posições políticas e saiu do partido de apoio a ditadura, o PDS para se filiar ao PMDB e disputar junto com Tancredo Neves na chapa de oposição as eleições indiretas no Congresso Nacional que sepultaram a ditadura, iniciada em 1964.
BkEWQiCIQAAMED8Em abril de 1980, um matéria do jornal “Tribuna da Imprensa” cujo título era “ José Sarney elogia tudo  o que  presidente diz” mostrava o apoio incondicional de Sarney ao governo militar e os elogios que ele fazia às conquistas da “ revolução de 1964”. Era com este termo que os aliados do regime militar se referiam à ditadura.
As posições adotadas por Sarney durante todo o regime militar (1964-1985), quando atuo na condição de aliado dos generais no Congresso Nacional e foi um defensor constante a atuação “política “ dos generais que ocuparam os cargos de presidente da República, no período da ditadura.
Em 1978, em matéria publicada pelo Jornal de Brasília, falando em nome da Arena, Sarney disse que a atuação do general João Batista Figueiredo fortalecia o partido do governo militar e também elogiou o presidente da República, na ocasião, o general Geisel por “transmitir a verdade com fatos, sem demagogia aos brasileiros em suas andanças pelo país”.
Passados 28 anos destas declarações, Sarney segue atuando na vida política e hoje integra o PMDB, legenda que era de oposição ao regime militar, mas desde a eleição do primeiro presidente civil, após o fim da ditadura, a de Fernando Collor em 1989, atua como aliada do governo.Liderança do PMDB, Sarney também foi aliado de todos os presidentes eleitos após o fim da ditadura militar, que também teve o apoio do senador.
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MATÉRIA DE 1980 DO JORNAL TRIBUNA DA IMPRENSA MOSTRA QUE SARNEY É SÓ ELOGIOS AO ULTIMO PRESIDENTE DA DITADURA MILITAR,O GENERAL JOÃO FIGUEIREDO
Partido criado para apoiar a ditadura foi presidido por Sarney
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Desde a primeira hora, Sarney esteve ao lado do regime militar nesta foto ele aparece junto com Costa e Silva, Geisel e Castelo Branco, três generais que presidiram o país durante a ditadura
Em 1979, quando o país ainda discutia a questão da reforma partidária, e vivia o processo de abertura lenta e gradual, prometida pelos militares, a Arena (Aliança Renovadora Nacional), legenda criada com  o único objetivo de garantir sustentação política ao regime militar. Na ocasião, quem estava a frente da Arena e defendia  o fortalecimento da base de apoio político à ditadura.
Em matéria publicada pelo jornal o Globo, no mês de setembro de 1979, Sarney afirmou o desejo de construir uma Arena forte, tornando-se um grande partido de sustentação do governo. “Nós desejamos que Arena se consolide cada vez mais suas posições em torno do seu programa de ação e do governo”, comentou Sarney, considerado um nome de confiança dos militares no Senado.
Consolidando-se como aliado dos militares, Sarney se fortalecia no cenário nacional e mantinha com isto o comando da política no Maranhão. Mesmo após deixar o governo do Estado, ele seguiu indicando tanto os governadores que o sucederam, quanto o prefeito de São Luís.
Durante o regime militar, os governadores e prefeitos das capitais não eram escolhidos nas urnas e sim através de indicações  e assim tanto a prefeitura de São Luís, quanto o governo do Estado tinham nomes que recebiam o cargo sob apadrinhamento de José Sarney, o homem forte dos militares no Maranhão.

MATÉRIA DO JORNAL O GLOBO DE 1979 ONDE SARNEY, PRESIDENTE DA ARENA PARTIDO DE APOIO AO REGIME MILITAR FALA NA CONDIÇÃO DE ALIADO DA DITADURA NO CONGRESSO NACIONAL

Partido que apoiou o golpe de 1964 elegeu Sarney para o governo do Estado
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O ponto de convergência nas carreiras políticas de Antônio Carlos Magalhães  e Jose Sarney é ter iniciado a trajetória na vida pública, pela UDN(União Democrática Nacional). A legenda, criada na década de 1940, fazia forte oposição a Getúlio Vargas e critica políticas voltadas para as camadas mais populares. A UDN também fez oposição a João Goulart, presidente deposto pelo golpe militar de 1964.
E foi pela UDN legenda que defendia abertamente a tomada do poder político do país pelos militares que José Sarney se elegeu governador do Maranhão em 1964. Também foi na UDN que Antônio Carlos Magalhães (ACM)  conquistou prestígio político na Bahia e na durante o regime militar , Sarney e ACM foram aliados da ditadura.
Os dois fizeram parte da Arena, partido criado para dar apoio politico ao regime militar e depois também integraram a Aliança Democrática, formada por políticos que resolveram deixar o apoio aos militares, quando a  ditadura já agonizava.
Sarney foi para o PMDB, e Antônio Carlos Magalhães para o PFL(Partido da Frente Liberal), uma espécie de UDN em roupagem nova, legenda que também abrigou Roseana Sarney. Quando Sarney assumiu a presidência da República, herdando o cargo com a morte de Tancredo Neves, Antônio Carlos Magalhães foi ministro das Comunicações do governo Sarney.
O último presidente do regime militar, João Figueiredo saiu do Palácio do Planalto sem passar a faixa presidencial a Sarney que de aliado de todas as horas do regime militar, passou a ser vice na chapa de oposição que disputou a eleição indireta em 1985, quando a ditadura estava praticamente sepultada e Sarney seguia sua trajetória política agora como Presidente da República.
MATÉRIA DO JORNAL O GLOBO, PUBLICADA EM 1978 MOSTRA O PAPEL IMPORTANTE DE SARNEY NA ” REVOLUÇÃO” DE 1964, NOME PELO QUAL ERA CHAMADO O GOLPE DE ESTADO QUE IMPLANTOU UMA DITADURA DE 21 ANOS NO BRASIL
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Em defesa dos militares, Sarney chamou Ulisses de “Euriloco”
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Nestes 21 anos em que os generais comandaram o país, Sarney sempre foi aliado dos militares deixando de apoiá-los, somente em 1985, quando foi para o PMDB, partido de oposição, e fez parte da chapa de Tancredo Neves no colégio eleitoral. Por uma ironia do destino, com a morte de Tancredo às vésperas da posse, um apoiador  do regime militar tornou-se o primeiro presidente da República após o fim da ditadura.
Com golpe de 1964,  foi instituído o bipartidarismo e apenas dois partidos a Arena ( ligada aos militares) e o MDB (partido da oposição) podiam  participar da vida política nacional. Sarney era da UDN, partido que fez intensa campanha em favor do golpe  e  com a implantação do  bipartidarismo se filiou  na Arena (Aliança Renovadora Nacional), legenda criada para dar sustentação política a ditadura.
No Senado, José Sarney vestia  de forma entusiasmada a “camisa do governo” e atuando como parlamentar da Arena  estava sempre alerta na defesa da “revolução”, termo usado por ele para se referir ao “golpe de 1964”, quando discursava no plenário, usando a tribuna na condição de aliado dos generais.
Em outubro de 1975,  durante o governo do general Ernesto Geisel, o regime militar enfrentava críticas constantes da oposição, que tinha entre os líderes Ulisses Guimarães, do MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Em discurso noticiado pelo “Jornal do Brasil” em outubro 1975, Ulisses Guimarães foi duramente criticado por Sarney que o chamou de “Euriloco, o afoito”, em uma alusão ao personagem da Odisseia, célebre obra da mitologia Grega que tem Ulisses como principal destaque.
A crítica, associando o nome do líder da oposição a personagens da literatura, realçava  o tom irônico com o qual Sarney dedicava-se a combater no Senado, a oposição ao regime militar.  A matéria traz ainda a resposta de Ulisses Guimarães às declarações de Sarney. Na ocasião,  ele  considerou o discurso de Sarney o reflexo do desejo “ sequioso de agradar os poderosos”.
MATÉRIA DO JORNAL DO BRASIL , PUBLICADA EM OUTUBRO DE 1975 NA QUAL SARNEY ATUA NA DEFESA DO REGIME MILITAR E CRITICA ULISSES GUIMARÃES

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