O velho oligarca José Sarney na sua coluna deste domingo nos traz um grande feito, entretanto o resto da sua história revela o uso da população maranhense como massa de controle político do Estado pela imposição da extrema pobreza como meio de controle e dependência. Continua até hoje.
De 4 em 4 anos a população se ver bombardeada de uma série de obras mascaradas e benefícios sociais como prepara para as próximas eleições.
Por necessidade extrema, a população pobre do Maranhão tem como ceder. A fome fala mais alto e assim a Oligarquia triunfa no controle do Estado do Maranhão.
Leia o grande feito do Sarney, alegado para justificar toda miséria que impôs aos maranhenses.
Da Coluna do Sarney
Na tarefa de fazer de São Luís uma capital dotada de instrumentos urbanísticos modernos e prevendo a expansão da cidade – que importaria na destruição do tesouro arquitetônico do antigo centro histórico, como acontecera na abertura da atual Avenida Magalhães de Almeida e Rua do Egito, com a derrubada de muitos quarteirões, ao tempo do Estado Novo – idealizamos abrir asas, atravessando os rios Anil e Bacanga com a construção das pontes do São Francisco e do Bacanga, que, depois, transformou-se em barragem. Esta daria acesso ao Porto do Itaqui. Para chegar-se a ele era preciso ir ao Anil, pegar a BR-135 e depois entrar num caminho de carro de boi até onde hoje é o grande porto. A solução da barragem tinha ainda o subproduto de fazer um lago que deveria ser uma atração para os esportes náuticos e uma área nobre de embelezamento dessa parte da cidade, então mangue e palafitas. Infelizmente os governos futuros não deram andamento ao projeto.
Não tínhamos recursos para enfrentar tão grandes obras, com um Estado que encontrei abandonado e miserável. Graças à confiança que desfrutávamos, conseguimos que a Itapoã, uma firma local do engenheiro dr. Eduardo Torres Lopes, que foi peça-chave na construção, aceitasse o desafio de fazê-la. Em 1970, vésperas de deixar o governo, São Luís se libertava para sempre dos grilhões que a continham entre os dois rios. Do lado de São Francisco não existia nada, senão algumas casas de palha. Hoje é uma cidade de mais de 300.000 habitantes, com acesso fácil às praias e áreas de lazer e divertimento. As novas habitações e habitantes passaram a ter espaço e não precisavam mais derrubar os nossos belos e velhos sobrados. Depois, veio a abertura das avenidas, a Lagoa da Jansen e a revelação da beleza de nossa costa na Ilha Encantada dos Mirantes e Azulejos.
A barragem do Bacanga foi um sacrifício. Governador, eu visitava as obras quase diariamente e, para torná-la irreversível, mandei abrir logo a estrada entre o Itaqui e a beira da ria, e vim de teco-teco e pousei na estrada, para marcar o início das obras. Tinha um grande problema: teríamos de fechar a obra na data exata da maré mais baixa, a maré de sizígia. Todo o povo parou ali nas escadarias do Hospital Tarquínio Lopes, onde hoje está a Capela de São Pedro, para ver as grandes máquinas, tratores e caçambas, moto-scrapers e caminhões carregando pedras até a maré chegar e não poder passar. Na última hora um velho pequeno trator do Noventa (um pequeno empreiteiro, mobilizado para aquele dia) quebrou bem no meio da barragem onde as máquinas passavam. O que fazer? A maré continuava a subir. Iria passar por cima da barragem, se não fechássemos o canal central que iria ser vedado. Então, tomei a decisão: era melhor perder o trator do que ficar com uma grande pedra e perder tudo o que tínhamos feito. As moto-niveladoras arrastaram o tratorzinho do Noventa que está até hoje e para sempre dentro da massa de pedra e piçarra daquela grande obra.
Quando a barragem fechou, a maré parou na beira das pedras que lançáramos. Foi aquele foguetório, vivas, danças e alegria, a multidão ocupando os espaços e tendo a noção de que ali começava uma nova história de progresso para o Maranhão, o porto dentro da cidade. Construí a Escola de Engenharia naquele lugar, num barracão grande instalamos o setor de receita da Secretaria da Fazenda, a fiscalização da obra e o primeiro computador que chegava ao Norte e Nordeste do Brasil, um Burroughs de pesquisa 1.200, que ocupava uns cem metros quadrados e que tinha menos capacidade do que um laptop de hoje, com o desenvolvimento da tecnologia. Era ainda o tempo das fichas perfuradas, para serem lidas 0 e 1.
Essas obras demandaram novas avenidas, a cidade liberta, abrindo asas além dos rios. A ponte do Caratatiua já estava concluída e eu abria a Avenida do Maranhão Novo, a Kennedy, a Avenida dos Franceses, criando uma nova via de acesso ao Anil. E já estávamos abrindo e asfaltando a estrada SãoLuís-Teresina.
Ponha sua cabeça a sonhar. Tire de São Luís essas obras e veja o que fica.
Pois bem, tenho orgulho de ter participado dessa história e ter mudado a mentalidade do Maranhão. Poucos sobrevivem desse tempo. Tínhamos 200 mil habitantes. Hoje temos um milhão. Mas a cidade tinha de ser preparada para o grande Estado que é o Maranhão.
Faltava atacar o problema de água e esgoto. Mas essa é outra história e no próximo domingo, se Deus quiser.
Os que falam sem saber vão existir sempre, movidos pela inveja que deviam guardar, e não denegrindo o Maranhão, mentindo dizendo que somos o último Estado do Brasil, quando somos o 17º mais rico. Deviam curtir suas frustrações chupando dedo.
A OLIGARQUIA ACHA QUE TUDO ISTO ESCONDERÁ A CORRUPÇÃO E O DESVIOS DE RECURSOS DO ESTADO DO MARANHÃO.