Há duas semanas, numa noite de muito vento em Curitiba, o representante comercial Roberto Sambati, de 27 anos, saía de um caixa eletrônico no Batel quando um pedaço de papel chegou voando e parou no seu pé.
Um envelope feito com folha de caderno embrulhava uma carta. Ao verificar o conteúdo, Sambati percebeu que se tratava de um pedido de ajuda (foto), escrito por um menino de 13 anos.
O garoto solicitava a quem encontrasse a correspondência uma muda de roupa, um sapato e uma cesta de Natal, para que a família pudesse ter a primeira ceia de sua vida. A carta também trazia um endereço e um telefone. A primeira reação de Sambati foi de desconfiança. “Vai que a gente chega ao endereço e é um golpe?”, diz. Mesmo assim, ele decidiu ir até o local.
O encontro com a família foi cercado de emoção, e Sambati logo descobriu detalhes sobre a carta. Ela foi escrita no mesmo dia em que ele a encontrou, após uma jornada exaustiva de trabalho da família do menino, que recolhe material reciclável nas ruas de Curitiba.
“O Vítor (autor da correspondência) disse que eles haviam percorrido a cidade inteira catando papel e naquele dia, muito cansados, deixaram a carta na calçada”, afirma. Além de ajudar a família com mantimentos, recolhidos com pessoas que souberam da história e se sensibilizaram, Sambati conta que neste domingo entregará uma ceia para Vítor, os quatro irmãos e a mãe deles.
Além disso, o tio de Sambati comprou um fogão para a família. O representante comercial considera que a carta foi um sinal. “Eu não estava bem emocionalmente e queria sentir o verdadeiro espírito de Natal.
Queria ajudar alguém, mas não sabia como. Então veio essa carta e me disse para onde ir e o que fazer para encontrar o que estava me fazendo falta”. Emocionante!
Fonte: Gazeta do Povo.