Por Neto Evangelista*
Francinaldo Souza Pereira era uma pessoa como qualquer outra. Com certeza tinha um time de futebol preferido, gostava da companhia de amigos, era amado por sua família e tinha uma vida normal até certo ponto. Porque em certo ponto, Francinaldo Pereira colocava uma farda de policial e saía de casa arriscando a vida para proteger e servir a sociedade. Quis o destino que caísse tombado em um trailer da PM na Área Itaqui-Bacanga no último sábado vítima de traficantes. Não se viu uma única manifestação enfática que protestasse por Francinaldo, tanto do Governo quanto da sociedade.
Precisamos valorizar nossos policiais.
Até o último sábado vários policiais foram assassinados no Maranhão em 2013. Uns em serviço, outros não. Contudo, o que se viu em todos os casos foi um silêncio ensurdecedor. Não houveram passeatas, nem grandes cerimônias, nem notas oficiais de lamentação. A morte destes doze homens simplesmente foi esquecida.
Já no dia 3 de janeiro, Condismom Pereira da Silva foi executado em Balsas e teve sua arma roubada. Poucos dias depois o sargento PM Gilmar Pestana Cruz de Azevedo levou um tiro no rosto quando voltava para casa em um ônibus no Jardim Tropical. Nilson Fonseca de Santana, policial civil do 6º Distrito Policial da Cohab, foi vítima de latrocínio em abril. Em 4 de junho, na cidade de Timbiras, o cabo da Polícia Militar Manoel Domingos Moreira foi assassinado por traficantes durante uma perseguição. Em Vitorino Freire o policial civil João Elvídio Silva Filho, de apenas 36 anos, também foi morto por traficantes em agosto.
Em 17 de setembro, o PM reformado Acrísio da Paixão Caldas, 52 anos, foi morto por bandidos durante um assalto na área da Cidade Operária. No começo de outubro o policial civil Deodoro Rundacof foi decapitado e m Barra do Corda. Seis dias depois, o cabo reformado da PM Leônidas Rabelo Silva, conhecido como Cabo Silva, foi executado a tiros a mando de traficantes. Ainda em outubro, o PM Osvaldo Viana Vale Filho, foi baleado na cabeça ao tentar impedir um assalto a banco em Vitorino Freire.
Ednaldo Bastos Diniz, de 25 anos, morreu em outubro durante um “bico”. Joerbeth Barros Damasceno, também morreu no mês passado. Morreu na porta de casa com um tiro no peito. Foi mais uma vítima do tráfico.
O que se observa na maioria destas mortes é a guerra silenciosa que traficantes travam contra nossa polícia. Sabem o motivo de policiais incomodarem tanto? Porque eles impedem traficantes de usurparem a alma de nossos familiares, amigos e conhecidos. Policiais estão perdendo a vida por todos nós!
Por isso eu gostaria de pedir às autoridades e pessoas que estão lendo este artigo: val orizem e defendam nossos policiais.
De uns tempos para cá é normal ver gente apenas apontando os erros da Polícia. Essa generalização é de uma injustiça e em nada ajuda na melhoria das coisas. Você pode ter restrições por um motivo ou outro qualquer, isso é normal, mas lembre-se que a maioria absoluta dos policiais arrisca a vida para impedir que seu filho se torne um viciado em crack ou que sua esposa seja feita refém em uma agência bancária. No atual momento, mais do que tudo, a sociedade e o governo precisam abraçar e apoiar nossos policiais.
Lembre-se, eu insisto, tem pessoas perdendo a vida para defender você.
E essas pessoas são policiais…