Do UOL
Em um balanço da primeira fase da Copa das Confederações feito na manhã desta segunda (24), no Maracanã, a Fifa afirmou que o evento "tem sido um grande torneio" e criticou a cobertura que a imprensa vem fazendo dos protestos populares que se espalharam por inúmeras cidades do país, incluindo as seis capitais que sediam a disputa.
"Temos que colocar objetividade novamente nessa discussão que está muito acalorada e emocional. Jornalismo não é apenas audiência, mas uma responsabilidade social", disse Walter di Gregorio, diretor de comunicação da Fifa. "Para dar apenas um exemplo, que considero forte: vi uma cena na TV nos últimos dias, de gente quebrando um sinal de trânsito e pulando em cima dele. A cena foi mostrada de quatro ângulos diferentes, 24 horas por dia. Isso dá a impressão de que não havia mais sinais de tráfego no país inteiro, e a percepção externa é que o país está sob fogo cerrado, que há uma guerra civil acontecendo. Não é o caso."
Di Gregorio também disse que, como "formadores de opinião", os jornalistas deveriam adotar "uma abordagem racional". "Isso não quer dizer que vocês não possam criticar o que acontece no país ou nos estádios, mas faço este convite para que procurem enxergar o cenário completo."
Antes mesmo que os jornalistas pudessem fazer qualquer pergunta, o diretor de comunicação da Fifa repetiu a posição oficial da entidade a respeito das manifestações:
"A situação é difícil para nós: se não falamos nada, nos criticam por só nos importarmos com o futebol. Se dizemos algo, somos criticados por interferir em assuntos internos do Brasil. Nossa posição sempre foi e sempre será a mesma: respeitamos o direito democrático aos protestos, desde que não sejam violentos, mas não iremos entrar nessa discussão."