Um funcionário lotado na Presidência da República vai a uma ditadura usando dinheiro público para debater como usar as redes sociais na política e trás de lá um CD para difamar em solo brasileiro uma ativista que luta por liberdade em Cuba.


Reinaldo azevedo em seu blog diz que Ricardo Augusto Poppi Martins, o assessor de Gilberto Carvalho que participou da reunião orquestrada pela embaixada de Cuba para difamar Yoani Sánchez.

O site Contas Abertas revela que o rapaz recebeu R$ 5 mil de ajuda de custo para a sua viagem. Ficou com nojo, leitor? É compreensível.

Por Gabriela Salcedo:

servidor da Secretaria Geral da Presidência incumbido trazer de Cuba
um CD com conteúdo difamatório sobre a bloggueira Yoani Sánchez
O servidor da Secretaria Geral da Presidência, Ricardo Augusto Poppi Martins, recebeu da União R$ 5.095,10 para se hospedar em Havana, capital de Cuba, sete dias após ter participado de reunião na embaixada cubana em Brasília, quando foi distribuído CD com conteúdo difamatório sobre a bloggueira Yoani Sánchez.

Martins trabalha na Secretaria desde maio de 2011 e ganha cerca de R$ 6,8 mil brutos mensalmente para exercer o cargo de Coordenador de Novas Mídias e outras Linguagens de Participação. Ele viajou a Cuba no dia 10/02 e reservou hospedagem em hotel por oito dias, recebendo para tal diárias de U$ 320. Na ordem bancária obtida Siafi (Sistema Integrado de Administraçao Financeira da Secretaria do Tesouro Nacional) não está descrita a natureza da viagem.

A Secretaria confirmou que o servidor participou, quatro dias antes de viajar, no dia 6 de fevereiro, de uma reunião na embaixada cubana, em Brasilia, quando o foi entregue um CD que continha informações sobre Yoani Sánchez. Entretanto, conforme reportagem do periódico O Globo (19/02/13), o órgão não informou o conteúdo do disco e apenas se limitou a dizer que Martins foi a Cuba participar de um seminário sobre redes sociais, sem relação com a reunião.

O Contas Abertas solicitou à Secretaria Geral da Presidência uma cópia do CD entregue ao servidor, porém, até o fechamento desta reportagem, o material não foi encaminhado.

Já a revista Veja, que teve acesso ao CD, afirma que o conteúdo é difamatório e que a reunião foi coordenada pelo embaixador de Cuba, Carlos Zamora Rodríguez e pelo conselheiro político da embaixada, Rafael Hidalgo, junto a alguns representantes de organizações políticas do PT, PCdoB e CUT. A reunião teria como objetivo disseminar fatos supostamente negativos relacionados à blogueira.

A reunião, segundo a revista semanal, incentivou os participantes a organizarem campanha difamatória sobre Yoani, apoiada principalmente por meio de mídias sociais. Para tanto, distribuiu a cada um dos presentes uma cópia do CD contendo dossiê de 235 páginas a respeito da blogueira, composto por fotos pessoais, montagens e, inclusive, acusações de “mercenária” e de fazer uso de sua luta para conquistar uma vida luxuosa. Por fim, ambos os periódicos citados denunciaram suposto plano do governo de Cuba, para vigiá-la durante sua visita ao Brasil.

O Contas Abertas entrou em contato com a Embaixada Cubana para esclarecer a natureza da reunião realizada no dia 6 e para conhecer o conteúdo do CD distribuído na ocasião. Entretanto, a Embaixada informou que tanto Rodríguez como Hidalgo não se encontravam e não havia ninguém que poderia falar por eles. Até o fechamento desta reportagem, a Embaixada não retornou.
(…)

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