Segundo
os ministros do STF, havia um grupo no PP e outro no PL unidos para receber
dinheiro de Marcos Valério. A Corte também atestou que políticos do PTB e o
ex-líder do PMDB José Borba foram corrompidos.
O
esquema operado por Marcos Valério foi usado pelo PT para comprar apoio
político para o governo Lula. Na fatia do processo que teve o julgamento
concluído ontem, foram condenados 12 réus ligados aos partidos. Entre eles, o
delator do esquema e presidente do PTB, Roberto Jefferson, e os deputados
Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT). Os três foram enquadrados em
corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Valdemar também foi condenado por
formação de quadrilha.
Celso de Mello: marginais do poder
assaltaram administração
O
ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello aproveitou a leitura de seu
voto ontem durante o julgamento do mensalão para fazer um duro ataque aos
políticos corruptos. Segundo ele, o mensalão foi um verdadeiro assalto à
administração pública. Celso de Mello – que acompanhou na íntegra o voto do
relator do mensalão, o ministro Joaquim Barbosa – chamou os parlamentares e
demais políticos corruptos de “marginais do poder”. Para o ministro, ficaram comprovados os
crimes de corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro
cometidos pelos réus ligados ao PP, PL (atual PR), PTB e PMDB.
- Eu
entendo que o MP expôs na denúncia que ofereceu eventos delituosos impregnados
de extrema gravidades e imputou aos réus ora em julgamento ações moralmente
inescrupulosas e penalmente ilícitas que culminaram a partir de um projeto
criminoso por eles concebido e executado, em verdadeiro assalto à administração
pública, com graves e irreversíveis danos ao princípio ético-jurídico da
probidade administrativa – afirmou Celso de Mello.
Para Gurgel, provas contra
Dirceu são ‘torrenciais’
O
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, reafirmou ontem que existem
provas suficientes para a condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu
na ação do mensalão. Gurgel afirmou que o caso de Dirceu é diferente e que as
provas, ainda que não sejam tão diretas, são torrenciais.
- Na
verdade, o que eu tenho dito sempre é que não se pode exigir em relação a ele
(Dirceu) o mesmo tipo de prova direta que nós temos em relação a algumas outras
pessoas. Mas é uma prova indiciária, abundante, torrencial mesmo, e que
respalda integralmente a acusação feita no sentido de que ele é o chefe da
quadrilha – disse o procurador.
O
procurador, para diferenciar o caso de Dirceu de outros, citou como exemplo um
batedor de carteira.
-
Quando você está falando de um batedor de carteira, você tem a prova direta.
Você tem o ato do batedor colocando a mão na carteira e tirando. Quando você
está falando de uma organização criminosa sofisticada, quem está no topo dessa
organização evidentemente não aparece dessa forma – completou Gurgel, ao ser
perguntado se não havia considerado tênues as provas contra o ex-ministro.
Procurador diz confiar em
cadeia para acusados de corrupção
Em sua
visita ao Rio, onde participou de evento na Procuradoria Regional da República
(PRR-2ª Região), o procurador-geral, Roberto Gurgel, não poupou acusações ao
ex-ministro José Dirceu. Durante entrevista, Gurgel classificou o petista como
o “grande mentor” e o “grande líder” do mensalão, e afirmou que os envolvidos
formam uma “organização criminosa”.
Para o
procurador-geral, a condenação dos réus pelo Supremo vai ser um marco no
Brasil, além de levar a mudanças nas práticas políticas.
Gurgel
enfatizou a condenação dos réus do mensalão e disse que a corrupção no âmbito
da política dá cadeia. Quanto à decisão do Supremo em condenar vários réus,
Gurgel disse que é possível a execução da decisão.
Pizzolato volta ao Brasil
para votar no domingo, afirma advogado
O
ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no Supremo
Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro,
regressará ao Brasil para votar na eleição municipal do próximo domingo. É o
que afirma o advogado do réu do mensalão, Marthius Sávio Cavalcante Lobato. Ele
nega que seu cliente tenha fugido do Brasil. Segundo Marthius, Pizzolato está
na Europa, para onde viajou em julho. O advogado diz que o ex-diretor do Banco
do Brasil acreditava que o julgamento do mensalão ocorreria no primeiro
semestre deste ano e que “adiou” para julho a viagem à Europa, para resolver
“graves problemas familiares”.
- É um
absurdo falar que ele fugiu. Ele mora no mesmo lugar desde o início. A viagem
estava programada há bastante tempo. O retorno definitivo ao Brasil será na
sexta-feira – disse Marthius ao GLOBO.
Fonte: Congresso em Foco.
ESTA COMPROVADO QUE OS GRANDES POLITICOS ESTAO CADA VEZ MAIS MARFIOSOS DO QUE NUNCA.
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